Entrevista ao Dr Carlos Ribeiro

Com a devida vénia transcrevemos a entrevista que o Prof. Carlos Ribeiro concedeu à jornalista Vanessa Fidalgo, publicada no suplemento "DOMINGO" do "Correio da manhã" de 22-09-2019.

Dr Carlos Ribeiro nasceu em 1926 no Seixal. Distinguiu-se como médico cardiologista e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa. 

"Tratei sempre os meus doentes pelo nome"

O médico, Dr Carlos Ribeiro, foi o primeiro licenciado da família mas conseguiu por a cardiologia portuguesa no mapa do avanço da medicina no século XX.

Um dos mais reputados médicos e humanistas portugueses, o cardiologista Carlos Ribeiro ainda dá consultas, mesmo a poucos dias de completar o 93.º aniversário. Quem o procura sabe que vai ser tratado pelo nome próprio e por alguém com uma experiência ímpar: diretor do Serviço da Unidade de Tratamento Intensivo para Coronários do Hospital de Santa Maria, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (1979-1981), vice-presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia (1988-1990) e bastonário da Ordem dos Médicos (1996-1999). Publicou mais de três centenas de trabalhos científicos e é membro de várias sociedades científicas nacionais e internacionais. Além de dar consultas, continua a escrever e a investigar, mas agora mais na área da física quântica.

Porque escolheu o curso de Medicina?

Não havia outros médicos na minha família. Aliás, eu até fui o primeiro licenciado de uma família de classe média do Seixal. Naquela época, o Seixal não tinha liceu e era muito difícil para os jovens virem estudar para a capital. Não era um investimento que estivesse dentro das possibilidades económicas nem no horizonte da maioria das famílias, que não achavam assim tão importante dar estudos aos filhos...    continua

Mas certamente que o curso era ainda mais exigente?

Exigente e dispendioso. Fisiologia e Anatomia eram cadeirões épicos. Em Anatomia tínhamos sete volumes para estudar que ocupavam meio metro na estante...

Como era feito o diagnóstico de um enfarte, por exemplo?

Sente que houve uma desumanização?

Alguma vez imaginou que os meios de diagnóstico evoluíssem tanto em tão pouco tempo?

E como é quando tem de dar uma má notícia ao Manuel, à Maria, ao José? É complicado?

Como se troca a ciência por ‘miúdos’?

No contacto direto com os doentes também deve ter tido algumas histórias divertidas.

Conheceu muita gente em circunstâncias particularmente difíceis. Nessas alturas, o que mais o surpreendeu nos seres humanos?

Quantas vezes por semana ainda dá consultas?

Como ocupa o resto do seu tempo?

O apelo da medicina sobre os estudantes tem vindo a mudar?

Ainda assim, a medicina continua a atrair muita gente. Veja-se as médias.

Que cuidados teve ao longo da vida com o seu próprio coração?

Foi presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, fundada há 70 anos. Como vê hoje a sua missão?

As respostas a todas estas perguntas : LER MAIS

CM (Correio da Manhã)Vanessa Fidalgo, 23 de Setembro de 2019 às 17:20

 

Avanço da medicina no SEC XX

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