Glaucoma-Distúrbios oftalmológicos

Experiência vivida e apresentada

Glaucoma - Imagens

Este tema foi apresentado e desenvolvido pela colega de saúde, Mariana Serra, que com a sua vivência com esta doença expôs a sua experiência médica e teve apoio do nosso Professor Doutor Carlos Ribeiro.

Um caso de estudo

UNIVERSIDADE SÉNIOR DO SEIXAL

 CURSO DE SAÚDE

 O GLAUCOMA

 INTRODUÇÃO

Neste trabalho, proponho-me apresentar um pequeno estudo, de uma das mais graves enfermidades que atingem os órgãos da visão:

 O Glaucoma,

O glaucoma é uma enfermidade crónica e progressiva do nervo óptico. Pode aparecer a partir dos trinta e cinco anos, mas é mais frequente em idades mais avançadas. Esta patologia tem origem no aumento da pressão intra-ocular do humor aquoso, (o fluido que se situa no espaço entre o cristalino, a íris e a córnea).

Tipos de glaucoma

Existem vários tipos de glaucoma, tais como: glaucoma congénito, juvenil, glaucomas associados a traumatismos, associados a patologias vasculares, e ainda outros, mas os mais frequentes apresentam-se habitualmente de dois tipos: O glaucoma primário de ângulo fechado é o mais raro, mas é também o mais perigoso. É assintomático até às fases avançadas da doença e a perda de visão causada é permanente e não tem tratamento. O glaucoma primário de ângulo aberto é o mais comum. Desenvolve-se lentamente e não é doloroso.

Passo a apresentar o glaucoma primário de ângulo fechado

Nesta patologia, a íris bloqueia os canais de drenagem do humor aquoso, provocando o aumento súbito da tensão ocular, acompanhado de dor intensa, olho vermelho e visão turva. Pode também causar dor de cabeça, náuseas e vómitos. Segundo a Enciclopédia de Medicina do Reader’s Digest, e vou citar: «o glaucoma é a situação em que a pressão do humor aquoso, no globo ocular, é de tal forma elevada que pode conduzir a uma atrofia do nervo óptico. É necessária uma pressão mínima para manter a forma do globo ocular, mas uma pressão excessiva pode provocar a compressão e obstrução dos pequenos vasos sanguíneos internos das fibras do nervo óptico, causando destruição das fibras nervosas e perda parcial ou total da visão», (fim de citação). Ocorre também a destruição das delicadas células da retina, cones e bastonetes, que são exatamente os responsáveis pelas imagens visuais. Por acção da luz, estas células emitem as imagens para o cérebro, por impulsos nervosos, através do nervo óptico. Uma vez danificados, fica comprometido todo o processo. Assim, concluímos que o glaucoma de ângulo fechado é uma emergência médica que requer tratamento urgente. Se a lesão do nervo óptico não for tratada precocemente, o campo visual vai-se contraindo, tornando-se tubular até chegar à cegueira.

Passo agora a ocupar-me do Glaucoma primário de ângulo aberto

O seu desenvolvimento também se deve à pressão intraocular, mas, no seu caso, o fluido consegue chegar ao sistema de drenagem, pelo ângulo entre a iris e a córnea. Caracteriza-se por uma quase ausência de sintomas. O doente não se apercebe que a sua visão periférica vai ficando reduzida. Volto a citar a Enciclopédia de Medicina. «Só em estádios muito avançados da doença, quando existem já lesões graves e irreversíveis, é que a pessoa se pode aperceber de alguma perda de visão… normalmente depois dos quarenta anos de idade» (fim de citação). Também neste caso é muito importante o diagnóstico e o tratamento precoces. Aconselham-se avaliações regulares por um clínico especializado.

Factores de risco

Os factores de risco mais evidentes são: idade avançada, história familiar de glaucoma, doença vascular, traumatismos, miopia, hipertensão arterial, diabetes e doença degenerativa.

Passo ao Glaucoma congénito

O glaucoma congénito ocorre por vezes associado a malformações congénitas cardíacas ou auditivas, mas o mais frequente, é ter origem em malformações do sistema de drenagem do humor aquoso, ou de outras possíveis malformações oculares

Pressão intraocular

É ponto assente que a pressão intraocular excessiva é responsável pela grande maioria dos glaucomas. Importa então saber o que causa o aumento de pressão no globo ocular. Segundo informação colhida no site da Direcção Geral de Saúde, e vou citar: «esse facto deve-se a uma perturbação dinâmica do humor aquoso, que determina a sua acumulação por dificuldade de drenagem» fim de citação. Volto a citar a Enciclopédia de Medicina: «Esta dificuldade é causada por um ângulo excessivamente estreito, entre a iris e a parte posterior da córnea periférica. Também a dilatação da pupila pode causar um bloqueio súbito e total do fluxo, provocando um aumento rápido da pressão intraocular». (fim de citação)

Estes problemas de drenagem do humor aquoso, podem ser desencadeados pela idade avançada do doente, mas também por factores de natureza vascular, associados à presença de glaucoma, mesmo com pressão intraocular normal.

Como pode ser tratado o glaucoma?

Ainda não foi encontrada forma de prevenir o glaucoma, mas a sua progressão pode ser prevenida com sucesso. O tratamento deve ser efectuado antes das lesões do nervo óptico e das alterações do campo visual.

O tratamento tópico é o mais comum. Trata-se da aplicação de colírios para reduzir a produção do humor aquoso, ou aumentar o seu escoamento.

Tratamento com laser, usado no glaucoma de ângulo aberto, quando a terapêutica tópica não é eficaz. O laser altera a anatomia do ângulo optimizando a drenagem do humor aquoso. No glaucoma de ângulo fechado, o laser abre um orifício na íris contrariando o bloqueio provocado pela mesma, ao nível do ângulo de drenagem.

Tratamento por intervenção cirúrgica quando os tratamentos tópico e laser falham. Há várias técnicas cirúrgicas, sendo a trabeculectomia a mais frequente. Estabelece uma comunicação do interior do olho para um espaço debaixo da conjuntiva, de forma a desviar o humor aquoso, e assim reduzir a tensão ocular e controlar a doença

Tratamento por uma técnica inovadora, por meio de ultrassons: está a ser aplicada no Hospital Lusíadas pelo Prof. Dr. Luís Abegão Pinto. Limito-me a citar o referido clínico: «Como não envolve qualquer incisão, trata-se de um procedimento rápido (…inferior a três minutos), feito sob anestesia local e com uma recuperação rápida do pós-operatório, não implicando dor significativa, ou qualquer limitação das actividades diárias no dia seguinte… Esta tecnologia permite uma destruição controlada, de um segmento do corpo ciliar… de forma completamente automatizada e não invasiva, … obtendo-se … uma redução de cerca de 30% da pressão intraocular». (fim de citação) O Dr. Abegão Pinto acrescenta que: «esta tecnologia promete grandes avanços no tratamento do Glaucoma».

 Conclusão

O glaucoma é uma doença traiçoeira, que pode surpreender de uma forma devastadora. Precisamos estar atentos e prevenidos tanto quanto possível. Os nossos olhos são uma das sete maravilhas do nosso corpo e a visão o mais importante dos nossos cinco sentidos. Portanto é nosso dever e do nosso interesse vigiá-los, seguindo a recomendação de avaliações regulares.

Julgo ter conseguido apresentar-vos o glaucoma. Espero que esta apresentação tenha trazido informação e esclarecimentos úteis para todos os presentes.

Docentes: Senhor Professor Doutor Carlos Ribeiro e Dr Lopes Inês

Apresentação: Aluna, Mariana Serra Costa

 Data: 13 de Janeiro 2020

Servem-me de base informações colhidas nas seguintes fontes:

Enciclopédia de Medicina das Selecções do Reader’s Digest

Nos sites de:

Direcção Geral de Saúde: Programa Nacional para a saúde da visão, 2008

Glaucoma Research Fundation

Saúde Cuf

Hospital Lusíadas – excerto de declarações do Prof. Dr. Luís Abegão Pinto

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